PARTE 4: AS ORGANIZAÇÕES CONTÁBEIS
Os desafios do empresário contábil para romper com o modelo de negócios tradicional das organizações contábeis e se conectar com o novo modelo disruptivo, mais tecnológico, mais globalizado, mais interdependente, mais regulamentado e com mudanças mais frequentes talvez dentre tantas transformações que a profissão contábil já enfrentou esta seja a mais impactante ao trazer para plataforma digital uma realidade construída há séculos em plataformas analógicas.
Neste cenário disruptivo que estamos trazendo à reflexão dos caros leitores listamos a seguir alguns dos fatos que merecem a atenção das organizações contábeis e que forçosamente passarão a integrar seu planejamento estratégico
Cenário sócio-econômico globalizado. O fluxo internacional de capitais.
Tecnologias sofisticada a princípio com custos elevados;
Demandas sócio-ambientais crescente;
Escassez de informações qualificadas à tomada de decisões.
Métodos analíticos que mudam a contabilidade (Extração de dados já processados para análise qualitativas e quantitativas);
Contabilidade por exceção (Análise Contínua);
Uma nova empresa contábil focada no aconselhamento dos clientes, muito além do aconselhamento econômico-financeiro;
Interconectividade entre Relatórios Financeiros e Relatórios não Financeiros, por exemplo: o Relato Integrado;
Criar Relatórios corporativos mais inclusivos, que apresenta menos números e mais narrativas sobre a performance da organização; e
Requalificação dos Contadores absorção de novos conhecimentos e equipes multidisciplinares.
Chama à atenção a gama de novas situações, algumas disruptivas outras nem tanto, mas todas interferindo no futuro das organizações contábeis. Observo que neste primeiro momento todos procuram reduzir o GAP tecnológico buscando ferramentas mais sofisticadas, isto é: ferramentas que efetivamente utilizam a inteligência artificial nos processos de captação e processamento de dados eliminando a digitação de documentos e disponibilizando a geração de relatórios gerenciais personalizados às necessidades de cada clientes.
A eliminação deste GAP tecnológico já significa um avanço, porém não suficiente para exigências que o novo modelo de negócios apresenta. Novos conhecimentos, notadamente na área de comunicação, marketing, idiomas, políticas de governo dentre outros levarão as organizações contábeis a buscarem especialistas em áreas que no modelo atual não são consideradas como unidade de negócios, por exemplo: área de Custos, “Compliance”, Controles Internos, BPO – “Business Process Outsourcing”, Controladoria, “Data Analytics” entre outras.
Por outro lado, existe um movimento muito forte na sociedade cujo o número de adeptos é crescente principalmente na comunidade europeia onde já se fala em “Circle Economy” que preconiza um modelo econômico no qual a sustentabilidade ambiental e os impactos sociais são preocupações primárias no mercado futuro. Entender estes movimentos da sociedade é mais um desafio para as organizações contábeis, pois terão que encontrar respostas para se inserirem e desempenhar papel relevante.
A forma de se comunicar com a sociedade também passa por uma revisão, parece que os modelos tradicionais de divulgar a situação patrimonial e financeira de uma entidade já não é suficiente para os usuários desta informação. Existe uma tendência para elaboração de relatórios mais narrativos com menos números. Uma tentativa em fase avançada é o Relato Integrado que pretende centralizar num único documento todas as informações sobre o desempenho, perspectivas, responsabilidade sócio-ambiental, as demonstrações contábeis e demais informações privilegiando a transparência na relação com a comunidade.
Para enfrentar estes desafios não poderíamos deixar de mencionar a questão da educação continuada, que será objeto do próximo artigo, a requalificação dos profissionais da contabilidade, a criação de equipes multidisciplinares capazes de acompanhar a velocidade das mudanças apresentando soluções.
